domingo, 20 de abril de 2014

Mistérios da vida

“Problemas com o carregador do celular:
Ok. É um problema burguês pacas, só uma pequena tarefa, mas me intriga.”
     Já diziam os antigos, “eu não acredito e bruxas, mas que elas existem, existem” (coerência mandou abraços). Essas bruxas, mais me parecem uma espécie de efeito colateral de remédio. Aquele remédio que você esquece onde guardou e quando acha, ele já não tem o mesmo nome (coerência mandou abraços).
     Aquelas coisas banais que, (sobre)naturalmente mudam ou “fazem puf” quando mais precisamos delas. É um pouco da vida do “cidadão comum nos parâmetros do povo” perder as coisas de vez em quando. São essas coisas pequenas que intrigam a nossa vida, que fazem-na parecer um pouco com um filme de mistério.
     A gente anda, olha pro céu, é tudo tão banal. Sair de casa numa manhã de sábado. Ver tantos rostos e nenhuma face. Atravessar a rua e pensar “sobrevivi”. Saber que chegará em casa e vai encontrar todo mundo. Ter medo do impossível e tentar se consolar com a racionalidade.
     ‘Tá bom. Falei disso tudo como algo mais ou menos ruim, mas não é. Uma vez me contaram sobre um filme japonês, “A rotina tem seu encanto” de Yasujiro Ozu. Essas palavras fazem de mim uma pessoa mais feliz e, convenhamos, é um título fascinante.
     Eu também poderia falar “todo dia ela faz tudo sempre igual”, mas meu bom senso/advogado me diz que isso não é meu.

     Meu carregador de celular é prova concreta dessa história de perder e sobrenaturalidade natural, posto que ele ora é assim, ora assado (coerência mandou abraços) e eu? Levo na boa. A verdade é que logo eu descubro que haviam dois carregadores afinal e com isso a gente pensa ter chegado ao fim de um filme de mistério meio banal.

2 comentários:

  1. Isso me lembrou de uma vez, eu acho que eu tinha 8 anos, que eu perdi um bonequinho de um Digimon, que se eu me lembro bem eu tinha deixado numa mochila que eu levava quando viajava, e quando eu achei ele, na mochila em que eu havia guardado ele, ele estava sem o braço (o braço já estava meio solto, mas eu não achei o braço) e encontrei junto com ele um bonequinho igual a ele, só que desbotado e meio estragado. Foi muito estranho...

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