“O
meu nome é Jegue,
Como
não tenho outro de pia.
Como há muitos jegues,
Que é praga na sesmaria,
Deram então de me colocar
Pra fora da Paraíba[...]”
*cof-cof*-
abre parênteses: Olha, eu vou contar uma história que não é de hoje e que já
foi contada antes. Inclusive, se eu quisesse, eu poderia ter chamado essa
crônica de “A saga do jegue” ou “A odisseia do jegue no sertão”, mas eu
preferi valorizar minha auto-estima, daí ficou assim.- Fecha parênteses.
Começando
pelo meio, um tempo atrás, o jegue foi à decadência no sertão. Exato, o jegue, o
animal cargueiro ícone do nordeste foi substituído por jipes, tratores e motos.
Consequentemente, o Jegue foi ao ostracismo depois de expulso dos sítios e
fazendas. À paisana, os ditos jumentos ficaram pastando no meio das estradas em
uma deriva absoluta.
Para os homo sapiens? Ótimo (sem ironia) ...(mesmo). Agora a força de trabalho era mais eficiente, mais rápida, não dormia, nem ficava doente e sequer comia. Por mais que para os “metropolitaneses”, que não passam mais de um mês nos in-interiores do sertão, pareça uma perda de patrimônio histórico, o progresso chegando (atrasado) às periferias do país, vem facilitando a vida dos habitantes da região.
Para os homo sapiens? Ótimo (sem ironia) ...(mesmo). Agora a força de trabalho era mais eficiente, mais rápida, não dormia, nem ficava doente e sequer comia. Por mais que para os “metropolitaneses”, que não passam mais de um mês nos in-interiores do sertão, pareça uma perda de patrimônio histórico, o progresso chegando (atrasado) às periferias do país, vem facilitando a vida dos habitantes da região.
Logo
mais, com incidências de atropelamentos de asnos, começou um programa de
expulsão dos jegues no sertão em que você ganhava uma mixaria para tirar um do
estado. Um ou outro larápio, tiveram a brilhante ideia de colocar uma mula
potiguar, alguns jumentos paraibanos, tantos burros pernambucanos e mais todo
tipo de bicho que zurra dentro de uma carreta e vagar de estado em estado para
ganhar uns trocos.
Visto
que eram quase moeda de troca, os jegues de vanguarda começaram um movimento em
prol dos direitos do animal cargueiro. Não foi difícil induzir as massas a se
unirem para começar uma revolução que ficou conhecida nos interiores como
Movimento dos Cargueiros Excomungados (MCE). Não tardou que, com o término de
sua produção, as combis se unissem ao MCE em suas marchas e saques pelo
nordeste brasileiro.
Por
isso é correto dizer: os jegues vem fazendo história nos últimos anos e quem se
deixar alienar, fica pra trás.
ADOREI!!!!
ResponderExcluirTá, agora vamos à avaliação objetiva: sua crônica tem os dois planos narrativo, dispara a crítica e faz um bom uso da ironia. Além do que é rica em imagens e o lance do jegue revolucionário é muito bom. Bom uso da linguagem e do vocabulário.
Algumas questões de linguagem escrita:
De quem é a epígrafe? cancioneiro popular? Um autor específico?
Fiquei em dúvida quanto ao parágrafo inicial, que infantiliza um pouco o tom geral do seu texto, especialmente o cof cof, tal. Fica ao seu critério.
Acho que você quer dizer NO sertão e não o sertão.
O exato pede alguma pontuação logo depois, uma pausa. escolha uma.
à paisana, com crase ( bela frase)
Que tal substituir o trabalho por a força de trabalho?
e fácil por dócil?
em que:no qual
um ou outro teve pede a regência no singular.
excelentes os sinônimos para os jegues e seus parentes.
Acho que é kombis, com K, dê uma olhada
O penúltimo parágrafo está ótimo.
e é isso
bem legal.
Luana